sábado, 6 de janeiro de 2024

UMA LUNDA TCHOKWE DESCONHECIDA PELA COMUNIDADE INTERNACIONAL

 RETROSPECTIVA



POR ANA DIAS CORDEIRO E JOÃO MANUEL ROCHA

A província angolana dos diamantes parou no tempo. Para lá das denúncias de abusos de direitos humanos do activista Rafael Marques, ninguém sabe muito bem o que por lá se passa.

Como uma ilha sem mar em redor, o Dundo, capital da Lunda Norte, é, de tão isolado, um lugar esquecido no mapa. O que liga a cidade ao resto da província e do país é frágil. E, nas aldeias, as únicas ligações ao mundo deste lugar, de onde chegam frequentes relatos de violência contra as populações, são os camiões que passam e a Rádio Nacional de Angola que é possível sintonizar.

Na maior parte da Lunda Norte, mais de cem mil quilómetros quadrados, não há electricidade e muito menos ligações telefónicas. As escolas e os centros de saúde ruíram com o tempo ou a guerra, que durou décadas e terminou em 2002. A vegetação e as árvores invadem, por entre buracos e janelas, fachadas suspensas sobre pedras e ruínas de casas sem água, luz e condições sanitárias mínimas. Com a falta de meios, nem sempre é possível reconstruir, como aconteceu com muitas casas no Dundo.

Os professores, uma das poucas profissões à margem da quase exclusiva actividade de extracção e comércio de diamantes, eram, pelo menos até há poucos anos, pagos pelo Estado, mas viviam em casas sem condições e só desejavam partir. Se precisam de tratamento médico, os habitantes da província deslocam-se, quando podem, a essa única cidade onde existe um hospital, também ele em parte destruído. Ou não procuram sequer assistência.


A Lunda Norte, no Nordeste de Angola, é um "fim de mundo", onde se desafiam os limites do que é lei ou natureza. Parou no tempo. O que é regra lá fora é aqui excepção. Só quem lá vive sabe. Só quem, com dificuldades, lá entra, pode imaginar o imenso fosso que separa a Lunda Norte do resto de Angola, e mesmo da Lunda Sul, onde também há extracção de diamantes, mas a vida se tornou diferente.

"O primeiro impacto foi de susto pelo que encontrei: ouvia falar de uma terra de muita riqueza e dinheiro, encontrei uma província muito pobre, esburacada, sem água, sem energia, com uma pobreza antropológica gritante, com problemas tribais graves, muitas seitas, cruzamento de interesses, invasão estrangeira por causa do garimpo dos diamantes", descrevia, em Outubro de 2010, numa entrevista ao jornal espiritano Acção Missionária, o então bispo do Dundo, José Manuel Imbamba, com quem o PÚBLICO agora não conseguiu falar.

Perto mas longe da Lunda Sul

O contraste entre as duas Lundas acentuou-se na última década pela maior atenção dada pelo poder central ao Sul e pelo desempenho da Catoca, uma exploração a céu aberto apresentada como o quarto maior kimberlito - rocha que contém diamantes - do mundo.

Até 1978, a Lunda era uma única província. Nesse ano, Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, separou as zonas diamantíferas, o Norte, do resto da província. Só depois, já nos anos 1990, a Catoca, que hoje se assume como modelo a seguir pelas políticas de responsabilidade social, ganhou importância.

Colada à Lunda Sul, a Lunda Norte é um mundo à parte. Quem a visita, precisa de um visto especial. O viajante é quase invariavelmente interrogado sobre os motivos da deslocação, antes de partir de Luanda. "Ninguém entra nas Lundas sem restrições, tem de ter um documento a dizer porquê", conta Shawn Blore, investigador sobre conflitos relacionados com diamantes, que visitou várias vezes a região, ao serviço de organizações não-governamentais internacionais.

De Luanda pode viajar-se para as Lundas por estrada, via Malanje, onde já é fácil chegar, mas a partir de onde o caminho se torna difícil, sinuoso, sujeito a sucessivos controlos policiais. As badaladas obras em 2012, a tempo das eleições gerais, alteraram em pouco o movimento no aeroporto do Dundo, que ainda só tem condições para receber pequenos voos.

A principal estrada que liga as duas Lundas, de Dundo a Saurimo, a antiga Henrique Carvalho, no Sul, só em parte foi reconstruída, no troço para Lucapa. Algumas vias secundárias são museus a céu aberto do tempo das emboscadas da guerra entre o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder) e a UNITA (ex-movimento rebelde, hoje principal partido da oposição). Camiões calcinados e outros vestígios lembram que a paz só representa meia verdade neste vasto pedaço do território angolano onde se travaram batalhas também pelo domínio de zonas de extracção.

Uma imensa pobreza

"A Lunda Norte parou no tempo. Deliberadamente, deixaram a Lunda Norte parar no tempo porque é um assunto muito tóxico", disse ao PÚBLICO Mathias de Alencastro, investigador e estudante de doutoramento em Ciência Política na Universidade de Oxford, sobre Relações entre o Estado e o sector mineiro nas províncias de Lunda Norte e Lunda Sul. "O Estado sempre procurou isolar a Lunda Norte", reforça. Uma forma "é pela via do subdesenvolvimento, pelo abandono", fazendo da Lunda Norte um lugar "desconectado" do resto.

As pessoas sobrevivem a "uma imensa pobreza, um imenso sofrimento", explica Mathias de Alencastro, que, nos últimos quatro anos, viajou várias vezes para as Lundas. Do que tem visto, diz que "muito pouco ou nada mudou" no Norte, sobretudo quando olha para o que se alterou nas outras províncias angolanas desde o fim da guerra, há 11 anos. "As Lundas são uma região que ninguém conhece, ninguém estuda e ninguém quer saber muito."

As denúncias de violações de direitos humanos adensam essa nuvem que paira sobre a terceira maior província de Angola, a seguir ao Cuando Cubango e ao Moxico. Estimativas apontam para 850 mil habitantes, mas há números muito contraditórios e nem isso é certo. Como não será certo que os relatos de abusos que chegam ao exterior dêem um quadro completo da realidade. No livro Diamantes de Sangue: Corrupção e Tortura em Angola (Tinta da China, 2011), o activista angolano Rafael Marques descreve um cenário de corrupção, abusos de poder, violência e morte, nos municípios do vale do Cuango, sobre "pessoas isoladas do resto do país e excluídas da paz militar que Angola vive desde 2002". E esquecidas, pelo fraco interesse de dentro e de fora de Angola.

Lisa Rimli, da Human Rights Watch, que investigou abusos sobre imigrantes nas zonas de fronteira, junto à República Democrática do Congo, encontrou na Lunda Norte uma "cultura do medo" que leva a que muitos abusos sejam silenciados. "Raramente as pessoas chegam ao ponto de ir até ao fim nas denúncias", diz.

Num relatório intitulado Se voltarem, vamos matar-vos: violência sexual e outros abusos cometidos contra imigrantes congoleses durante as expulsões de Angola, a organização de defesa de direitos humanos denuncia abusos, incluindo violência sexual, de elementos das forças de segurança sobre detidas, sob ameaça de espancamento e morte ou com promessas de alimentos.

Nas zonas que Lisa Rimli visitou, as forças de segurança fazem "rusgas generalizadas" para impedir que os imigrantes beneficiem do negócio dos diamantes - segunda maior fonte de riqueza de Angola, depois do petróleo, com uma contribuição de 5% para o Produto Interno Bruto. Quinto maior produtor mundial, apesar de isso representar apenas 8,1% do total global, Angola extraiu em 2011 cerca de 8,3 milhões de quilates, segundo dados da indústria diamantífera.

Nesta vasta província, a Endiama, empresa diamantífera do Estado, dá as cartas quase todas. Actua como um Estado dentro do Estado. Tem o exclusivo da prospecção, exploração e comercialização. E é ela que decide a quem cede concessões para o garimpo legal, mantendo uma participação nos negócios, sempre em alegada ligação a militares, pessoas ligadas à Presidência em Luanda ou a parceiros estrangeiros da confiança do núcleo mais restrito do poder.

Portugal também tem interesses na exploração diamantífera da Lunda Norte, através da participação accionista de 49% da empresa estatal SPE (Sociedade Portuguesa de Empreendimentos) na Sociedade Mineira do Lucapa. Depois de, em 2011, o Governo ter revogado a licença de exploração atribuída à SPE, o caso corre a via do litígio judicial. A Endiama acusa a SPE de não "honrar" compromissos para viabilizar a exploração mineira, o que a empresa portuguesa contesta.

"O problema mais grave é que as populações não beneficiam [em] nada da riqueza dos diamantes. A responsabilidade social das empresas diamantíferas é quase nula. Este é o grande escândalo das Lundas e a grande preocupação da Igreja", dizia na entrevista de há quase três anos José Manuel Imbamba, nomeado arcebispo de Saurimo em 2011.

A maior parte dos habitantes que se dedica ao garimpo retira dele apenas o suficiente para sobreviver. As indemnizações recebidas por terem sido afastados das suas zonas de cultivo mal dão para recomeçar a vida noutro lugar. E parte deles regressa à zona de extracção de forma legal ou ilegal. A fronteira entre as duas é muito ténue. E os garimpeiros ficam sujeitos ao arbítrio das forças de segurança.

Um relatório confidencial de 2007 do Governo norte-americano sobre a Lunda Norte, disponibilizado pela WikiLeaks, descreve "a rede complexa e promíscua" que mistura "necessidades económicas e ganância".

O poder, centrado nas concessões mineiras, é assistido por empresas privadas de segurança detidas por generais. A polícia nacional está pouco presente. As empresas de segurança privadas e a polícia mineira existem para proteger os diamantes, não as pessoas. Representantes da autoridade chegam a queixar-se de não poder entrar em zonas de concessão.

Heranças de guerra

Para as empresas de segurança trabalham alguns ex-militares, pessoas que conviveram, no tempo da guerra, com os mercenários da Executive Outcomes que vieram nos anos 1990 assistir em decisivas batalhas no conflito entre o MPLA e a UNITA e se tornaram depois consultores para a criação dessas empresas.

Na Lunda Norte, a violência banalizou-se tanto quanto a morte. Não há memória de um tempo em que fosse dado algum valor à vida humana. Os relatos de maior violência chegam da região do Cuango. A que não é alheio o facto ser no Cafunfo, no vale do rio Cuango, que está a grande concentração de pedras valiosas de aluvião - encontradas no rio - e também de empresas de segurança e de postos de compra da Ascorp, que controla o essencial da compra e venda.

É no Cafunfo que o rendimento do garimpo é maior e é de lá que chega a maioria das denúncias do activista angolano Rafael Marques. Mas não só. Também se ouvem histórias de garimpeiros que foram afogados no rio, de outros a quem foi aberto o estômago por engolirem diamantes ou a quem eram cortados os dedos das mãos.

As dinâmicas de violência não são de agora. "Aquilo a que hoje chamamos de violações de direitos humanos são crimes sistémicos instituídos há mais de 100 anos. O sadismo varia de uns para outros, mas ouvi relatos muito violentos do tempo da Diamang", diz Mathias de Alencastro.

"Não se resolve a questão dos direitos humanos sem olhar a perspectiva histórica e de longa duração desse abuso de violência, desse carácter privado da violência nas Lundas há mais de 100 anos. É um trabalho importantíssimo mas este é um problema que vem de trás. São dinâmicas completamente enraizadas a nível local", acrescenta.

À violência por omissão de um Estado que não providencia cuidados básicos, junta-se a violência associada ao garimpo numa dinâmica de provocar medo para melhor controlar, presente desde a era colonial. Nesse tempo, dizem os nostálgicos, a violência era regrada e as pessoas sabiam o que fazer. Agora, a violência chega, sem aviso, e pode acontecer a qualquer momento.

"É um povo ostracizado", diz Mathias de Alencastro do povo Lunda-Tchokwé. "O Estado colonial ou pós-colonial não conheceu a província, nunca interagiu com a província. Os portugueses também delegaram todos os poderes a uma empresa privada." Era a Diamang, dissolvida em 1988 e substituída pela Endiama, que tinha sido criada em 1982. O centro industrial da Diamang era a cidade do Dundo, "jóia da ciência colonial", erguida como capital da Lunda.

A Diamang colonial tentava incluir a população no sector dos diamantes para, com isso, limitar o tráfico. E criou quase um Estado social paralelo, construindo estradas e zonas urbanas, escolas e hospitais. A população passou a rever nela uma função do Estado. Mas o que resta desse tempo é muito pouco. O hospital tem décadas e um novo, já anunciado, ainda não funciona. Poucas escolas estão de pé, mas sem condições. Neste fim de mundo, resta do passado um tribunal. Porém, as pessoas não conhecem os seus direitos. Ao contrário de outras províncias, a Lunda Norte não tinha, pelo menos até há pouco tempo, beneficiado de obras de reconstrução nacional.

Várias formas de violência

Hoje a violência assume diferentes formas. Da corrupção à violência, passando pelos abusos sobre imigrantes denunciados pela Human Rights Watch, a recentes casos de tráfico de órgãos humanos. Em Junho, milhares de pessoas saíram à rua no Cafunfo, em protesto contra o que consideram ser a passividade das autoridades face ao assassínio de mulheres para extracção de órgãos genitais destinados a rituais de feitiçaria, com ideia de mais facilmente se encontrarem diamantes.

O Partido da Renovação Social, com implantação nas Lundas, que nas eleições de 2012 elegeu três deputados e é a quarta força no Parlamento nacional, denunciou, com nomes, datas e circunstâncias, assassínios de 15 mulheres nos últimos três anos. E também perseguições a garimpeiros, em zonas controladas pelas empresas de segurança TeleService e Bicúar, em áreas concessionadas à Sociedade Mineira do Cuango. Além de denunciar esses casos, o secretário-geral Benedito Daniel quantificou em 578 o número de assassínios "selectivos" na zona do município do Cuango, desde 2003.

Nos últimos anos, na Lunda Norte, os diamantes entraram num ambiente de fim de reinado, explica Mathias de Alencastro. "Na viragem do ano 2000, o garimpo era das coisas mais rentáveis que havia, porque o preço dos diamantes estava alto." O preço entretanto baixou e o desemprego cresceu com a partida de algumas empresas. "Há uma certa exaustão."

Os mais de mil quilómetros de distância que separam o Dundo de Luanda, a dificuldade de acesso, a escassez de informação, criaram e alimentaram mitologias associadas às Lundas. Malanje foi durante décadas o limite do conhecido para quem vinha de fora e começava por ter dificuldade em entender as línguas locais. São comuns histórias de quem teve familiares que partiram para a região e nunca mais voltaram.

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Tratado de Protectorado Celebrado Entre Portugal e a Corte do Muatiânvua, no dia 18/01/2024 vai completar 137 anos

 


CARVALHO, Henrique A D de – A Lunda, pp. 304-308

OBS: A historia, conhecimento advindo da investigação, é a ciência que estuda o homem e sua acção no tempo e no espaço, análise de processos e eventos ocorridos no passado, é o estudo do nosso passado ancestral dos seus acontecimentos que ninguém tem o direito de escamotear, a seguir o texto integral do Tratado de Protectorado celebrado entre Portugal e a Corte do Muatianvua no longínquo ano de 1887 na Mussumba em Kalanhy:

 


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Aos dezoito dias do mez de Janeiro do anno do nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e oitenta e sete, na principal Mussumba do MUATIÂNVUA na margem direita do calanhi entre os rios deste nome e o Cajidixi na lat. S do Equador 8º 21’ long. E de Gren223º 11’ e na altitude de 1:009 metros, reunidos o Muatiânvua Mucanza com a sua corte na Ambula (Largo em frente da residência) á sombra de três grandes arvores monumentaes que symbolisam a instituição do ESTADO do MUATIÂNVUA, foi recebido neste local acompanhado de emissários do Muatianvua e da Lucuoquexe, o embaixador de Portugal, major do exercito Henrique Augusto Dias de Carvalho que era seguido dos interpretes portuguezes António Bezerra, de mim que servi de secretario, empregado da Expedição José Faustino Samuel, de António Rocha e seus patrícios e companheiros da colónia de que elle é chefe no Luambata há oito annos em substituição de Lourenço Bezerra que a creou há quinze e retirou de todo para Malange onde morreu há dois; pelo Chiota mestre de cerimonias e o grande Pontentado Muene Dinhinga; - começando então o tiroteio de fusilaria em signal de regosijo pela chegada do mesmo embaixador e depois dos cumprimentos do estylo sentou-se o mesmo embaixador em uma cadeira á direita do Muatianvua que estava sentado debaixo do docel na cadeira de espaldar dourada, presente que trouxe a Expedição portugueza e depois de feito o silencio se leu e foi depois assignado o seguinte:

 

Art. 1.º - O Muatiânvua e a sua corte bem como os herdeiros dos actuaes potentados, Muatas de lucano declaram: que nunca reconhecerão outra Soberania senão a de Portugal, sob o protectorado do qual há muito seus avos collocaram todos os seus territórios por elles governados e constituem o Estado da Lunda e que esperam sejam agora mandados occupar definitivamente pelo embaixador do Governo de Sua Magestade Fidelíssima.

 

Art. 2.º - São considerados por parte do Governo de Portugal os actuaes Muatas, Muenes e monas, e quaesquer outros quilolos de grandeza e sem grandeza chefes de estados e de menores povoações, quaesquer dignatarios e Cacuatas e todos os seus povos como vassallos de Portugal e os territórios que occupam ou venham a adquirir como partes integrantes do território Portuguez.

 

Art. 3.º - Uns e outros se obrigam a franquear os caminhos ás povoações e o livre exercício do commercio e da industria licita a todos os indivíduos portuguezes ou munidos de uma auctorização ou ordem do Governador Geral da província de Angola, bem como a consentir, a auxiliar e a garantir o estabelecimento de missões, de feitorias, de colónias, de fortificações, de tropas, de auctoridades e facilitar a passagem a escoteiros e viajantes portuguezes nos seus territórios.

 

Art. 4.º - O Muatiânvua e sua corte não consentirão que em nenhum caso e sob pretexto algum as auctoridades súbditas do Muatianvua por muito longe que sejam os domínios destes da capital, admittam o estabelecimento nas suas terras de colónias, forças ou agentes não portuguezes ou sob qualquer bandeira que não seja a portugueza, sem previa auctorização dos delegados do governo de Portugal na Lunda, e em quanto estes se não apresentem, do governador geral de Angola, nem poderão negociar com estrangeiro ou nacional algum qualquer cessão politica de território ou de poder.

 

Art. 5.º - Compromette o Muatianvua e todos os potentados Muatas e outros seus súbditos a não fazerem nem consentirem que se façam nos seus territórios sacrifícios humanos, venda ou troca de gente por artigos de commercio ou pagamento de demandas e de multas com gente.

 

Art. 6.º - Todas as auctoridades súbditas do Muatianvua com a sancção deste, ficam obrigadas a darem passagem, segurança e socorro a todos os commerciantes e mais pessoas que em paz e boa ordem tenham de atravessar ou percorrer os seus territórios e povoações, não exigindo dellas tributos e multas se não as que tenham sido previamente reguladas e entregando á auctoridade portugueza ou a quem a representa mais próxima, sem maus tratos, violências ou delongas, a pessoa ou pessoas estranhas ao seu paiz ou tribu de que suspeitem ou tenha commetido qualquer malificio nos seus territórios.

 

Art. 7.º - Que todos os súbditos do Muatianvua manterão paz com os povos vassallos e amigos de Portugal e com os portuguezes, submettendo as dissenções e litígios quando os haja e possam perturbal-a, ao julgado da auctoridade portugueza.

 

Art. 8.º - Portugal pelos seus delegados ou representantes reconhece todos os actuaes chefes e de futuro confirmará os que lhe succederem ou forem elevados a essa cathegoria segundo os usos e praxes e sejam confirmados pelo Muatianvua; e obriga-se a manter a integridade de todos os territórios sobre o seu PROTECTORADO e respeitará e fará respeitar os usos e costumes, emquanto se não disponham a modifical-os de modo que possam instituir-se outros de effeitos mais salutares em proveito das terras e de seus habitantes.

 

Art. 9.º - Quando alguma reclamação seja feita, todos auxiliarão a auctoridade no empenho de a conseguir seja contra quem for com todas ou parte de suas forças de guerra.

 

Art. 10.º - Reconhecido como está Ianvo, vulgo Xa Madiamba eleito pela corte, Muatianvua ; o presente Tratado antes de ser apresentado ao Governo de Sua Magestade Fidelíssima será submettido á sua apreciação, podendo elle com Caungula e Muata Cumbana fazer-lhe ainda as alterações que julguem convenientes a obter-se a PROTECÇÃO que se pede a Portugal; e só póde ter execução por ordem do Governo de Sua Magestade e depois de estabelecidos os seus delegados nos terras da LUNDA.

 

Calanhi, capital do Estado do Muatianvua 18 de Janeiro de 1887 por outros como procuradores, e pondo elles uma (+) ao lado de seus nomes; +Muatianvua, Mucanza, + Suana Mulopo Umbala, + Lucuoquexe Palanga, +Muari Camina, +Suana Murunda, +Muene Dinhinga, +Canapumba Andunda, +Calala Catembo, +Muitia, +Muene Panda, +Cabatalata, + Paulo, + Adolpho, +Paulino de Loanda, +António Martins, +Domingos Simão de Ambaca, e assignaram António da Rocha, José Rodrigues da Cruz, António Bezerra de Lisboa, Agostinho Alexandre Bezerra, João Pedro da Silva, Henrique Augusto Dias de Carvalho o Chefe da Expedição Portugueza ao Muatianvua, e por ultimo eu José Faustino Samuel que o escrevi.

Esta conforme e delle se tiraram duas cópias, uma que deixou ao Muatianvua, que se entregou a Camexi para apresentar a Xa-Madiamba e o original que vai ser remettido ao governo de Sua Magestade Fidelíssima.

 

José Faustino Samuel, servindo de secretario.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

CARTA ABERTA A PRESIDENCIA DA REPUBLICA DE ANGOLA

 


MPPLT, aguarda o pronunciamento do Governo de Angola por uma solução pacífica da Questão Lunda Tchokwe a sua Autonomia

Os termos de nossa defesa é a nossa historia natural da criação por DEUS, é o nosso estado e independência, é os nossos pressupostos jurídicos dos tratados de Protectorados de 1885 – 1894, assinados entre Portugal e Soberanos – Muananganas Lunda Tchokwe, a convenção de Lisboa de 25 de Maio de 1891, ractificado no dia 24 de Março de 1894 e trocado no dia 1 de Agosto do mesmo ano, entre Portugal e a Bélgica sob mediação Internacional da França, na presença da Alemanha, Inglaterra e do Vaticano.

Os outros termos de defesa são os artigos 3.º, 4.º e 7.º, alíneas a), b), c) e o n.º 2 do artigo 19.º, 20.º, 21.º e 60.º da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos Direitos Civis e Políticos.

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, que em nome do Povo Lunda Tchokwe do Estado que defendemos legítima e publicamente, endereçar a pessoa impoluta de Sua Excelência o Presidente em virtude de ser o Primeiro Magistrado e o Primeiro Órgão da Soberania da Republica, com todas as prerrogativas e responsabilidades na Lei Constitucional, de conduzir os destinos dos Povos da Nação das Nações – Angola, ou de defender os seus bens jurídicos que DEUS lhes deu, o bem maior, a vida em prol do direito e da justiça, com os cordiais cumprimentos de alta consideração.

De acordo com os princípios do direito, o Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe esta diante de um facto histórico jurídico-natural, que não é a criação de um facto político para depois criarmos o facto jurídico, por isso segue a cronologia dos acontecimentos:

A QUESTÃO DA LUNDA 1884/1894 – 1955/1975, a conclusão fora a de que, a Lunda Tchokwe é um protectorado Português. Como na altura a Lunda Tchokwe não tinha o desenvolvimento científico que lhe permitisse, produzir a constituição formal ou Lei constitucional e formar o governo, então, foram protegidos todos os seus direitos naturais;

ü  Artigo 4.º e 10.º do tratado n.º3 de 23 de Fevereiro de 1885

ü  Artigo 4.º e 6.º do tratado n.º 5 de 2 de Setembro de 1886

ü  Artigo 4.º do tratado n.º 7 de 1 de Dezembro de 1886

ü  Artigo 8.º do tratado n.º 8 de 18 de Janeiro de 1887

A Lei N.º 8904 de 19 de Fevereiro de 1955, até aqui está em vigor, é um direito subjectivo, ou que, é um interesse cujo exercício e a sua reivindicação depende de nós Lunda Tchokwe, pelo facto de ser um acto que adveio por obrigação do cumprimento do acordo de protecção, a sua revogação, só seria contratual por representar os interesses dos dois contraentes ou Estados.

O Povo Lunda Tchokwe e o Povo Português ou seja os governos de ambas as partes, seria assim se Angola fosse Portugal.

E por enquanto com respeito ao poder Politico Administrativo instituído nos termos do Artigo 5.º da Lei Constitucional, as negociações ou o dialogo deve ser feito entre Angola Independente e os Herdeiros Lunda Tchokwe representados pelo Movimento do Protectorado Português, sob fundamentos jurídicos do direito de sucessão.

Artigos 2024 e 2025 do Código Civil, em virtude destes acordos, tratados de amizade e comércio ou protectorados de 1885-1894, terem sido celebrados a luz de rudimentos de direito civil português do ano de 1800, terceira edição sob autoria de Cândido de Figueiredo, como resultado de programa aprovado por decreto de 14 de Outubro de 1800 da carreira de Legislação, que se leccionava aos alunos do 4.º ano do liceu.

A Republica de Angola até agora consome o mesmo direito civil e administrativo (do ano de 1800), aplicando-o, “mutatis mutandis” na política de administração do território, mesmo que tenha aprovado actualizações pontuais com novas normas na Lei.

No 30 de Março de 2015, a 3.ª Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro da Assembleia Nacional de Angola, o seu parecer desfavorável à reivindicação de autonomia do Reino Lunda, no decorrer da sua décima terceira reunião ordinária, evocando constrangimento estruturante, advertindo com prevenir potenciais conflitos armados, motivados por disputas territoriais entre irmãos do mesmo Continente, citando a Carta da Organização da Unidade Africana e da União Africana que estabeleceu o princípio “uti possidetis” que conclama a intangibilidade das fronteiras herdadas das potências coloniais, como norma imperativa, é a mesma carta que instruiu os artigos 19º, 20º e 21º a favor dos direitos políticos dos povos e suas independências.

Na Conferência de Berlim 1884 – 1885, para a partilha de Africa, a questão da Lunda Tchokwe, não consta em nenhuma acta de integração como colónia de Portugal por força daquela reunião colonialista do século XVIII.

Os Movimentos de Libertação de Angola, FNLA, MPLA e a UNITA conheciam essa realidade a de que Lunda Tchokwe era sim um Protectorado Português, por esta razão o Estatuto do MPLA 1961 – 1977, no seu ponto II PROGRAMA MAIOR – 1. - Independência Imediata e Completa, 2. - Unidade da Nação, na sua “alínea d) deste Programa dizia claramente o seguinte; “As regiões onde as minorias nacionais vivem em agrupamentos densos e têm um carácter individualizado, podem ser AUTÓNOMAS”. Que minorias nacionais com características individualizadas, para dar Autonomia que se referia o Programa Maior do MPLA antes de 1975 e depois?

O mundo democrático e de direito, opta pelo diálogo principio da Sabedoria, como condição “sine qua non”, de resolução de qualquer tipo de conflito seja qual for sua magnitude, por falta de diálogo a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ou a guerra de Israel com Hamas na palestina esta longe do seu termo.

No dia 3 de Agosto de 2007, o Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, apresentamos um dossier da “Questão Lunda Tchokwe” ao Governo da Republica de Angola, aos Partidos Políticos, MPLA, UNITA, FNLA, PRS, BD entre outros e ao corpo Diplomático presente em Luanda e a Comunidade Internacional; a ONU, União Europeia, União Africana e ao VATICANO, em busca de solução pacifica por via de dialogo com as autoridades Angolanas para a Instauração de AUTONOMIA em troca da nossa independência.

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, apela a solidariedade da Comunidade Internacional; as Nações Unidas, União Europeia, União Africana, países da SADC, países da CPLP e, em particular Portugal, Bélgica, Alemanha, França, Reino Unido da Inglaterra e o Vaticano, Igreja Angolana em geral e a CEAST, as Autoridades Tradicionais do Mosaico etnolinguístico e cultural, aos Partidos Políticos incluindo o próprio MPLA, os Deputados a Assembleia Nacional, Grupos Parlamentares e o Governo de Angola para a necessidade urgente do “DIALÓGO”.

Passados que são 17 anos (2007 – 2023) de uma luta pacifica acompanhada de perseguições, prisões politicas e condenações arbitrarias, o Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, reafirma a sua disponibilidade desafiando as autoridades do Governo de Angola a “DIALÓGAR” com o MPPLT a qualquer momento e altura, com a presença de todas as forças vivas nacionais incluindo a Comunidade Internacional, na perspectiva de que todos juntos poderemos encontrar uma solução viável para a “Questão da Lunda Tchokwe” e juntos construirmos uma sociedade melhor, capaz de dignificar cada cidadão, de corrigir imediatamente as assimetrias ao desenvolvimento sustentável regional estadual e local.

Por tudo isto exposto nesta carta aberta, o Movimento do Protectorado Português e o Povo Lunda Tchokwe PEDE A SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE DA REPUBLICA DE ANGOLA QUE, se digne exercer a Vossa Sofocracia de sempre para julgar Profundamente a matéria factual e a do Direito acima referenciado, para que PROMOVA IMEDIATAMENTE AS NEGOCIAÇÔES que culminarão com o estabelecimento da Justiça Real para a AUTONOMIA LUNDA TCHOKWE em 2024.

 

Comité Politico do Secretariado Executivo Nacional do MPPLT em Luanda, aos 29 de Dezembro de 2023. –


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

TERCEIRA COMISSÃO DA ASSEMBLEIA NACIONAL DÁ PARECER DESFAVORÁVEL À REIVINDICAÇÃO DE AUTONOMIA DO REINO LUNDA

 


 


Retrospectiva 2015 texto publicado pela ANGOP/LUSA

 

A 3.ª Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro deu, esta segunda-feira, dia 30 de Março de 2015, parecer desfavorável à reivindicação de autonomia do Reino Lunda, no decorrer da sua décima terceira reunião ordinária.

 

O documento proveniente do Comité Executivo do Protectorado Lunda Tchokwe fundamenta a reivindicação baseando-se num acordo celebrado entre os representantes de Portugal e Bélgica, antigas potências coloniais, antes da Conferência de Berlim, que delimitou os marcos fronteiriços das colónias Africanas.

 

Em resposta, os deputados à Assembleia Nacional fundamentam  que o referido acordo não respeitou a história, as relações étnicas e os laços de consanguinidade existentes entre os seus povos.

 

Face a esse constrangimento estruturante e com vista a prevenir potenciais conflitos armados, motivados por disputas territoriais entre irmãos do mesmo Continente, a Carta da Organização da Unidade Africana e da União Africana estabeleceu o princípio “uti possidetis” que conclama a intangibilidade das fronteiras herdadas das potências coloniais, como norma imperativa.

 

A reunião orientada pela presidente da Terceira Comissão, Exalgina Gamboa serviu também para apreciar e aprovar o parecer sobre a missão de lobby para a criação do parlamento da SADC, o relatório parecer sobre a Adesão da República de Angola à Convenção sobre a proibição do Desenvolvimento de Armas Químicas e sua destruição bem como sobre a Convenção sobre a Proibição de Desenvolvimento, Produção e Armazenamento de armas bacteriológicas e tóxicas e sua destruição.

ANGOP /Lusa        

 

NOTA:

Lunda Tchokwe  – Vítima de um passado histórico de colonização, a segunda Guerra Mundial, proporcionou, o despertar da África, marcando o início dos processos de descolonização. A primeira fase da descolonização aconteceu com a Conferência de Brazaville de 1944, onde se reuniram todos os governadores das Colónias Francesas para estudarem e discutirem as reformas das instituições tradicionais. Nestas reuniões e outras que antecederam as descolonizações, principalmente a de Angola, tanto Portugal bem como os dirigentes dos Movimentos de Libertação; Holden Roberto pela FNLA, António Agostinho neto pelo MPLA e a UNITA com Jonas Malheiro Savimbi, como intelectuais sabiam que a Lunda era um Protectorado, nada justifica a intangibilidade das fronteiras deixadas pelas potencias colonizadora, até porque Portugal deixou fronteira da Lunda Tchokwe como seu Protectorado.

 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

MENSAGEM FIM DE ANO 2023

 

 


Do Comité Politico do Movimento do Protectorado Português ao povo Lunda Tchokwe por ocasião das festas do fim de ano de 2023



Caros compatriotas, caros concidadãos, caríssimas irmãs e irmãos do Reino Lunda Tchokwe.

Membros do Protectorado Português, JUPLE - Juventude Patriótica e UMULE - União da Mulher Lunda Tchokwe que são braço juvenil e braço feminino do nosso Movimento.

1.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe deseja Feliz Natal, Boas Festas e um ano novo prospero para todo o nosso povo, amigos, simpatizantes e que o Deus todo-poderoso abençoe divinamente a todos.

2.º

O ano que dentro de alguns dias termina, o de 2023, depois de termos percorridos 365 dias, onde muitos não terão a ocasião de fechar porque o poderoso Criador do Céu e a Terra os chamou para a vida eterna, muitos podem partir nas próximas horas antes que termine 2023,foi testemunhado na vasta e imensidão da Lunda Tchokwe, como a bomba atómica da miséria e da extrema pobreza que abalou todas as famílias por conta da crise financeira das politicas Governamentais mal direccionadas, que continuam a prejudicar a maioria da população angolana como tempestades e as mares ou tsunamis impactantes que abalaram a terra, afrouxaram o desenvolvimento sócio económico, aonde assistimos o carnaval de mortes inglórias, profunda crise aonde jovens fugiram do país que ainda continuam, porque a crise foi mais forte do que todas as previsões humanas, foi um ano para esquecer, ela continuará na memoria dos vindouros como historia ou lenda deste período sombrio de um todo Angola.

3.º

Estamos em pleno período de festas do final de ano de 2023 a espera da chegada de 2024, com poucas esperanças e com muitas duvidas, famílias empobrecidas até ao osso, que passarão este período sem nada encima da mesa ou uma boneca para alegria das mais baixinhas anjinhas de cada casa do filho Lunda Tchokwe.

4.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, acredita que este período festivo 2023 – 2024 deve representar paz e reconciliação, unidade, solidariedade, simplicidade que são valores que devemos continuar a cultivar e seguir, por isso que JESUS CRISTO denunciou a violência e a vingança e apenas as mensagens pregadas de arrependimento, de perdão e de salvação, tanto físico como espiritual, são estes valores éticos universais de interesse para todos nós, com que podemos exigir dignidade com dignidade.

5.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, considera que somos um povo do mosaico multicultural, multilinguístico e antropológico, um conjunto que representa as aspirações espirituais e materiais, desde o Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, com todos os seus povos; Luimbi, Ambuela, Nganguela, Bângalas, Mbunda, Lutchaze, Minungu, Xinge, Tchokwe, Lunda, Muluba, Pende, Luvale, povo Kazembe e tantos outros que compõe o nosso espaço território de Norte ao Sul e do Leste ao Oeste.

6.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, considera que as soluções só aparecem com “DIÁLOGO”, porque sem estes valores humanos universais, continuaremos assistindo conflitos armados intermináveis. Todos os conflitos pequenos ou grandes, terminaram sempre na mesa de conversações e não por uma derrota militar, exemplos são muitos em África e no Mundo inteiro, a primeira e a segunda guerra mundial todas terminaram com o dialogo, por isso o dialogo continuara a ser a nossa Bandeira de Luta.

7.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, insta as Autoridades Judiciarias, o Ministério Publico Angolano e a SIC para que os nossos 11 Irmãos – Membros e Activistas Cívicos que se encontram presos na Kakanda Lunda – Norte desde Outubro ultimo do corrente ano, sejam restituídos a liberdade, o crime a que foram acusados de REBELIÃO, não é verdade, pois foram detidos quando se encontravam em ensaios culturais como é habito aos domingo a tarde, naquele pretérito dia 8.

8.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, tudo esta a fazer para dentro dos dispositivos legais existentes, possa provar sua inocência e devolve-los à liberdade, para que possam comemorar esta quadra festiva em suas casas com os seus entes queridos.

9.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, reafirma a sua disponibilidade desafiando as autoridades do Governo de Angola a “DIALÓGAR” com o MPPLT a qualquer momento e altura, com a presença de todas as forças vivas nacionais incluindo a Comunidade Internacional, na perspectiva de que todos juntos poderemos encontrar uma solução viável para a “Questão da Lunda Tchokwe” a sua AUTONOMIA e juntos construirmos uma sociedade melhor, capaz de dignificar cada cidadão, de corrigir imediatamente as assimetrias ao desenvolvimento sustentável regional e local, de acabar com a fome, com a miséria, com a pobreza extrema, para zelar com a saúde da pessoa humana, materno infantil e velar a vida de jovem mulher, para tornar a educação para todos como um direito, para criarmos segurança alimentar e desenvolver a agricultura cujo objectivo a multiplicação do emprego para maioria da nossa população, para potenciarmos o empresáriado local.

10.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, apela a solidariedade da Comunidade Internacional; as Nações Unidas, União Europeia, União Africana, países da SADC, países da CPLP e, em particular Portugal, Bélgica, Alemanha, França, Reino Unido da Inglaterra e o Vaticano, Igreja Angolana em geral e a CEAST, as Autoridades Tradicionais do Mosaico etnolinguístico e cultural, aos Partidos Políticos incluindo o próprio MPLA, os Deputados a Assembleia Nacional, Grupos Parlamentares e o Governo de Angola para a necessidade urgente do “DIALÓGO” sobre o futuro da “Questão da Lunda Tchokwe”.

11.º

Finalmente DEUS Abençoe todas as famílias do povo Lunda Tchokwe e as de Angola no geral.

DEUS esteja connosco em sabedoria na sua graça, que a prosperidade venha para todos os povos da terra e de todos os continentes; na Europa nossa solidariedade ao povo da UCRÂNIA, na Africa nosso apoio aos Países envolvidos na resolução do conflito dos Grandes Lagos e a RDC, América do Norte e Latina, Ásia, Oceânia e os povos do Médio Oriente onde a um conflito militar entre ISRAEL e a Palestina (HAMAS), nossa solidariedade também para com todos os povos oprimidos e colonizados no Mundo.

 

FESTAS FELIZES DE 2023 E UM PROSPERO ANO NOVO DE 2024

Comité Politico do Secretariado Executivo Nacional do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe em Luanda, aos 20 de Dezembro de 2024.-

MENSAGEM FIM DE ANO 2023

 


Do Comité Politico do Movimento do Protectorado Português ao povo Lunda Tchokwe por ocasião das festas do fim de ano de 2023



Caros compatriotas, caros concidadãos, caríssimas irmãs e irmãos do Reino Lunda Tchokwe.

Membros do Protectorado Português, JUPLE - Juventude Patriótica e UMULE - União da Mulher Lunda Tchokwe que são braço juvenil e braço feminino do nosso Movimento.

1.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe deseja Feliz Natal, Boas Festas e um ano novo prospero para todo o nosso povo, amigos, simpatizantes e que o Deus todo-poderoso abençoe divinamente a todos.

2.º

O ano que dentro de alguns dias termina, o de 2023, depois de termos percorridos 365 dias, onde muitos não terão a ocasião de fechar porque o poderoso Criador do Céu e a Terra os chamou para a vida eterna, muitos podem partir nas próximas horas antes que termine 2023,foi testemunhado na vasta e imensidão da Lunda Tchokwe, como a bomba atómica da miséria e da extrema pobreza que abalou todas as famílias por conta da crise financeira das politicas Governamentais mal direccionadas, que continuam a prejudicar a maioria da população angolana como tempestades e as mares ou tsunamis impactantes que abalaram a terra, afrouxaram o desenvolvimento sócio económico, aonde assistimos o carnaval de mortes inglórias, profunda crise aonde jovens fugiram do país que ainda continuam, porque a crise foi mais forte do que todas as previsões humanas, foi um ano para esquecer, ela continuará na memoria dos vindouros como historia ou lenda deste período sombrio de um todo Angola.

3.º

Estamos em pleno período de festas do final de ano de 2023 a espera da chegada de 2024, com poucas esperanças e com muitas duvidas, famílias empobrecidas até ao osso, que passarão este período sem nada encima da mesa ou uma boneca para alegria das mais baixinhas anjinhas de cada casa do filho Lunda Tchokwe.

4.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, acredita que este período festivo 2023 – 2024 deve representar paz e reconciliação, unidade, solidariedade, simplicidade que são valores que devemos continuar a cultivar e seguir, por isso que JESUS CRISTO denunciou a violência e a vingança e apenas as mensagens pregadas de arrependimento, de perdão e de salvação, tanto físico como espiritual, são estes valores éticos universais de interesse para todos nós, com que podemos exigir dignidade com dignidade.

5.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, considera que somos um povo do mosaico multicultural, multilinguístico e antropológico, um conjunto que representa as aspirações espirituais e materiais, desde o Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, com todos os seus povos; Luimbi, Ambuela, Nganguela, Bângalas, Mbunda, Lutchaze, Minungu, Xinge, Tchokwe, Lunda, Muluba, Pende, Luvale, povo Kazembe e tantos outros que compõe o nosso espaço território de Norte ao Sul e do Leste ao Oeste.

6.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, considera que as soluções só aparecem com “DIÁLOGO”, porque sem estes valores humanos universais, continuaremos assistindo conflitos armados intermináveis. Todos os conflitos pequenos ou grandes, terminaram sempre na mesa de conversações e não por uma derrota militar, exemplos são muitos em África e no Mundo inteiro, a primeira e a segunda guerra mundial todas terminaram com o dialogo, por isso o dialogo continuara a ser a nossa Bandeira de Luta.

7.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, insta as Autoridades Judiciarias, o Ministério Publico Angolano e a SIC para que os nossos 11 Irmãos – Membros e Activistas Cívicos que se encontram presos na Kakanda Lunda – Norte desde Outubro ultimo do corrente ano, sejam restituídos a liberdade, o crime a que foram acusados de REBELIÃO, não é verdade, pois foram detidos quando se encontravam em ensaios culturais como é habito aos domingo a tarde, naquele pretérito dia 8.

8.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, tudo esta a fazer para dentro dos dispositivos legais existentes, possa provar sua inocência e devolve-los à liberdade, para que possam comemorar esta quadra festiva em suas casas com os seus entes queridos.

9.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, reafirma a sua disponibilidade desafiando as autoridades do Governo de Angola a “DIALÓGAR” com o MPPLT a qualquer momento e altura, com a presença de todas as forças vivas nacionais incluindo a Comunidade Internacional, na perspectiva de que todos juntos poderemos encontrar uma solução viável para a “Questão da Lunda Tchokwe” a sua AUTONOMIA e juntos construirmos uma sociedade melhor, capaz de dignificar cada cidadão, de corrigir imediatamente as assimetrias ao desenvolvimento sustentável regional e local, de acabar com a fome, com a miséria, com a pobreza extrema, para zelar com a saúde da pessoa humana, materno infantil e velar a vida de jovem mulher, para tornar a educação para todos como um direito, para criarmos segurança alimentar e desenvolver a agricultura cujo objectivo a multiplicação do emprego para maioria da nossa população, para potenciarmos o empresáriado local.

10.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, apela a solidariedade da Comunidade Internacional; as Nações Unidas, União Europeia, União Africana, países da SADC, países da CPLP e, em particular Portugal, Bélgica, Alemanha, França, Reino Unido da Inglaterra e o Vaticano, Igreja Angolana em geral e a CEAST, as Autoridades Tradicionais do Mosaico etnolinguístico e cultural, aos Partidos Políticos incluindo o próprio MPLA, os Deputados a Assembleia Nacional, Grupos Parlamentares e o Governo de Angola para a necessidade urgente do “DIALÓGO” sobre o futuro da “Questão da Lunda Tchokwe”.

11.º

Finalmente DEUS Abençoe todas as famílias do povo Lunda Tchokwe e as de Angola no geral.

DEUS esteja connosco em sabedoria na sua graça, que a prosperidade venha para todos os povos da terra e de todos os continentes; na Europa nossa solidariedade ao povo da UCRÂNIA, na Africa nosso apoio aos Países envolvidos na resolução do conflito dos Grandes Lagos e a RDC, América do Norte e Latina, Ásia, Oceânia e os povos do Médio Oriente onde a um conflito militar entre ISRAEL e a Palestina (HAMAS), nossa solidariedade também para com todos os povos oprimidos e colonizados no Mundo.

 

FESTAS FELIZES DE 2023 E UM PROSPERO ANO NOVO DE 2024

Comité Politico do Secretariado Executivo Nacional do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe em Luanda, aos 20 de Dezembro de 2024.-

CONFERÊNCIA DE BERLIM 1884 – 1885 E AS INDEPENDENCIAS DE PAÍSES EM AFRICA

    Entre Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885 realizou-se em Berlim uma conferência que viria a ficar conhecida como a Conferência de Berli...