Retrospectiva 2015 texto publicado pela
ANGOP/LUSA
A
3.ª Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades
Angolanas no Estrangeiro deu, esta segunda-feira, dia 30 de Março de 2015,
parecer desfavorável à reivindicação de autonomia do Reino Lunda, no decorrer
da sua décima terceira reunião ordinária.
O
documento proveniente do Comité Executivo do Protectorado Lunda Tchokwe
fundamenta a reivindicação baseando-se num acordo celebrado entre os
representantes de Portugal e Bélgica, antigas potências coloniais, antes da
Conferência de Berlim, que delimitou os marcos fronteiriços das colónias
Africanas.
Em
resposta, os deputados à Assembleia Nacional fundamentam que o referido
acordo não respeitou a história, as relações étnicas e os laços de
consanguinidade existentes entre os seus povos.
Face
a esse constrangimento estruturante e com vista a prevenir potenciais conflitos
armados, motivados por disputas territoriais entre irmãos do mesmo Continente,
a Carta da Organização da Unidade Africana e da União Africana estabeleceu o
princípio “uti possidetis” que
conclama a intangibilidade das fronteiras herdadas das potências coloniais,
como norma imperativa.
A
reunião orientada pela presidente da Terceira Comissão, Exalgina Gamboa serviu também para apreciar e aprovar o parecer
sobre a missão de lobby para a criação do parlamento da SADC, o relatório
parecer sobre a Adesão da República de Angola à Convenção sobre a proibição do
Desenvolvimento de Armas Químicas e sua destruição bem como sobre a Convenção
sobre a Proibição de Desenvolvimento, Produção e Armazenamento de armas
bacteriológicas e tóxicas e sua destruição.
ANGOP /Lusa
NOTA:
Lunda Tchokwe – Vítima de um passado histórico de colonização, a segunda Guerra Mundial, proporcionou, o despertar da África, marcando o início dos processos de descolonização. A primeira fase da descolonização aconteceu com a Conferência de Brazaville de 1944, onde se reuniram todos os governadores das Colónias Francesas para estudarem e discutirem as reformas das instituições tradicionais. Nestas reuniões e outras que antecederam as descolonizações, principalmente a de Angola, tanto Portugal bem como os dirigentes dos Movimentos de Libertação; Holden Roberto pela FNLA, António Agostinho neto pelo MPLA e a UNITA com Jonas Malheiro Savimbi, como intelectuais sabiam que a Lunda era um Protectorado, nada justifica a intangibilidade das fronteiras deixadas pelas potencias colonizadora, até porque Portugal deixou fronteira da Lunda Tchokwe como seu Protectorado.
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