Coube-nos a missão e visão de conduzir a luta pela Autodeterminação do povo Lunda Tchokwe, uma emanação histórica desde o século XIX quando os nossos antepassados se bateram corajosamente para vergar a potência Europeia, por si mais civilizada ao longo de séculos de historia e de conquistas militares, políticas, econômicas e cientificas.
Foi
sem sombra de duvidas, uma honra estarmos na linha da frente, os primeiros no
mundo globalizante a enfrentar as intempéries de regimes ditatoriais e
tirânicas do presente. Foi uma honra representar os milhões de povos e etnias
do nosso mosaico étnico linguístico Lunda Tchokwe, com todos os riscos
representados, com coragem, com sacrifício e determinação.
Não
tem sido fácil...mas a luta continua, chegaremos.
Não
tem sido fácil no meio do matacal de diversas ideias para consolidar as
conquistas já alcançadas e manter a organização política com lobos, cobras,
largados, escorpiões, espiões, traições, envenenamentos e o desconhecido.
Não
tem sido fácil no meio de mitos, da mentira, das intrigas e de calúnias e,
sobretudo de uma poderosa campanha maquiavélica de desinformação bem ao jeito
dos serviços secretos do regime colonial angolano pata ludibriar muitos
inocentes, apreendizes políticos que ao mesmo tempo são gente corajosa,
combatentes da primeira linha de liberdade a quem homenageamos hoje.
Não
tem sido fácil consolidar a disciplina política de uma organização seria que já
ultrapassou as fronteiras Africanas para se impuser no xadrez político internacional,
sobretudo no Ocidente.
Aos
seus membros, simpatizantes e amigos, sem um compromisso claramente assumido,
não será possível alcançar a liberdade a curto termo, nem construir uma frente
comum que conquiste a adesão dos milhões de filhos Lunda Tchokwe.
Temos
respeitabilidade para com a comunidade internacional, um atributo que nos
conferirá a continuidade e a permanência do Movimento do Protectorado Português
como a mais expressiva manifestação dos anseios pela instauração da
Autodeterminação do Povo Lunda Tchokwe.
Não
obstante as dificuldades, econômico financeiros, obstáculos e impasses políticos,
criados pelo regime Angolano acerca da “Questão
Lunda” em não dialogar e reconhecer a nossa independência por via de uma
ampla autonomia, o nosso povo sabe que poderão contar sempre com o MPPLT, pois somos fieis aos nossos
princípios éticos e morais e depositaria dos sonhos de Liberdade, Justiça e
Progresso futuro da Nação Lunda Tchokwe.
Não
fosse esse ideário da Liberdade, da Justiça e do Progresso futuro que nos move
no dia a dia, esse direito de sermos livres e independentes, um direito natural
da nossa historia recente, não estaríamos aqui imparciais de consciência,
apelando sem aversão os homens de bem a lutarmos juntos pelo nacionalismo Lunda
Tchokwe para que as futuras gerações não venham a nos condenarem.
O
nosso escudo natural é o nacionalismo, por norma um direito natural de um individuo,
uma norma e condição imposta por leis da natureza a grupos de pessoas ou de
animais, em um determinado espaço geográfico limitado, conhecido como “Habitat Restrito” coabitando juntos,
definindo-se por uma cultura, hábitos, uma língua e uma tradição próprias, que
nos mobiliza a partir de um patriotismo para defender.
É
o que incontestavelmente o povo Lunda Tchokwe esta a fazer, a defensa da
consciência nacionalista do seu território usurpado, da sua nação e do seu estado,
das suas raízes seculares consanguíneos, da sua cultura, dos seus costumes, do
solo pátrio e de cordão umbilical por terem ai nascidos e de seus antepassados
que jazem naquela terra por vontade “DIVINA”.
A
presença outrora dos colonialistas Europeus em África, na Ásia e América
Latina, o extermínio dos Índios nos Estados Unidos de America, a desunião dos
povos da Europa Ocidental e Central e consequente fixação de outros povos ali,
foi por culpa e da ausência da consciência nacionalista.
O
Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe, desde a sua fundação,
continua a defender a coesão do nosso povo em torno desta nobre causa com
acções pacificas e de diálogo com autocracia reinante de muitos dos filhos de
Angola que deixaram de ser Africanos.
O
Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe considera que a guerra,
qualquer que seja os objectivos para atingir, apenas servirá para desculpas por
parte do regime do MPLA de Angola na Lunda Tchokwe.
A
guerra servirá de desculpas para perpectuar o sofrimento do nosso povo, tirando
lhes a possibilidade do desenvolvimento, mergulhando lhes na miséria, na pobre
extrema e mantendo lhes no obscurantismo como até agora.
Ainda
temos alternativas para o alcance da nossa liberdade, mesmo que o governo do
MPLA não aceita as propostas pacificas da nossa organização política, a guerra seria
ultimo recurso talvez esgotados que forem esforços diplomáticos.
O
Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe assume-se como uma
organização “Nacionalista democrática”, em defesa de um nacionalismo não radical,
não xenofóbica, compatível com valores de liberdade, de tolerância, de igualdade
e de direitos individuais.
Conscientes
de que os ideais do nacionalismo democrático e liberal influenciaram o
desenvolvimento da democracia representativa em países como os Estados
Unidos da América, França, Inglaterra e o no Reino da Escócia.
Subscrevemos
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.
O
verdadeiro filho Lunda Tchokwe de sangue, corpo e alma, consciente do seu
nacionalismo, não pode aceitar por qualquer pretexto, defender a ocupação
colonial da nossa terra, não pode aceitar por qualquer pretexto, por ser
Ministro, por ser Governador, por ser General ou Embaixador ao serviço do
regime ocupacionista ver o seu irmão a ser humilhado, a morrer ou a ser morto,
lembrem-se do MOISES no Egipto do Faraó.
Não
podemos contribuir pelo nosso próprio desaparecimento da faixa da terra e dar
fim da nossa historia ou de permitir a invasão e anarquia estrangeira de que
temos vindo assistir nos últimos anos.
“O
livro das origens” a Bíblia Sagrada, o “Genesis”, é o registro das origens do
nosso Universo, do gênero humano, do pecado, da redenção, da vida em família,
da corrupção em sociedade, das nações, dos diferentes idiomas, da raça hebraica
etc., e da história da humanidade ao longo dos séculos conforme a vontade
divina - “O DEUS”.
O
livro de Genesis, diz no seu versículo 1º - No principio criou Deus o céu e a
terra; no versículo 14º haja luminares no firmamento do céu, para fazer
separação entre o dia e a noite, sejam eles para sinais e para estações, e para
dias e anos; no versículo 27º Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Toda
a verdade material, espiritual ou de outra índole, tem sempre um principio um
começo. Este texto que estas a ler mostra imagens da nossa luta por escrito,
desde o ano de 2006, expõe de modo explicito e contundente o caminho trilhado até
aqui, são provas irrefutáveis para o alcance da nossa autodeterminação no
contexto das Nações livres.
Este texto constitui também um convite para os
filhos Lunda Tchokwe, sobretudo a juventude a refletirem e tomarem consciência
do quão é importante o seu engajamento nas fileiras do MPPLT para a luta comum
do resgate da nossa dignidade.
A
mensagem é das mais profundas expectativas e esperanças da nossa persistência
de vencer, da lógica e da racionalidade dos sentimentos de amor pela nossa
terra, pela dignidade e respeito pelo nosso reino Lunda Tchokwe, pela sua
cultura, usos e costumes e pela solidariedade com o povo sob jugo colonial.
A
Lunda Tchokwe esta viva, o sonho sonhado e projectado por muitos ainda esta de
pé não caiu para as mãos da ralé dos usurpadores e autocráticos.
Uma
palavra para a juventude Lunda Tchokwe deve desenvolver a capacidade de
indignação colectiva perante os abusos sistemáticos que se cometem contra a nossa
população indefesa e que afrontam toda a sociedade.
Os
interesses econômicos internacionais e patrimoniais do regime Angolano na Lunda
não podem subjugar, por muito mais tempo, a vontade suprema de todo um povo. O Governo
de Angola não tem como justificar as mortes sistemáticas, os abusos sistemáticos,
as arbitrariedades e cadeias injustificáveis que se cometem contra a nossa
população.
Não
podemos ficar calados eternamente. Bebe que não chora não mama, quem não reclama
esta sujeita às humilhações e abusos contínuos.
A
juventude é a faixa etária com maior número de filhos Lunda Tchokwe, ela
precisa estar presente em todas as instâncias de necessidades da vida do povo
para enfrentar os desafios existentes e ter condições de criar bases no futuro
próximo para o desenvolvimento do país Lunda.
Uma
Lunda sem empregadores e empregos para a juventude, uma lei para combater o garimpo,
significa que, vamos assistir um carnaval de assassinados e mortes gratuitos acompanhados
de severas impunidades aos algozes das chacinas anunciadas legalmente e
aprovadas na ASSEMBLEIA NACIONAL DE
ANGOLA.
Por
isso, é fundamental que a nossa juventude se organize, participe diretamente da
política, se emancipe e pratique a democracia participativa, é urgente,
precisamos resgatar a nossa dignidade e construirmos uma Nação Justa rumo ao
Progresso social diferenciado.
Cronologia de
alguns dos factos na Lunda 1884 - 1894
Capitulo III –
A Evolução Política da África e a Lunda (1884-1891), pgs 105; A Delegação de Portugal a
conferência de Berlim, pgs126; Tratado de Protectorado entre Portugal e Mona
Samba (Capenda) pgs 285; Tratado de Protectorado celebrado entre Portugal e
Caungula (Xá Muteba) pgs 289; Auto de eleição do Embaixador a enviar a Luanda a
solicitar a ocupação e a soberania de Portugal na Lunda, pgs 293; Tratado de
Protectorado celebrado entre Portugal e Tchissengue e seus Muananganas
(Quiocos), pgs 299; Tratado de Protectorado entre Portugal e Muatianvua Ambiji,
superior dos Calambas, pgs 305; Tratado de Protectorado entre Portugal e a
Corte do Muatianvua, pgs 309; Auto de concessão da Bandeira Nacional Portuguesa
a Mona Quissassua (Quioco), pgs 305;
CAPITULO VII –
A delimitação de fronteiras
(1891 – 1894), pgs 251; O Comissário Português e a delimitação no terreno, pgs
262; A DELIMITAÇÃO das fronteiras da Lunda, pgs 265 ; Cândido Sarmento e George
Grenfell, a delimitação no terreno, pgs 266; Acta dos trabalhos de delimitação,
pgs 269; A ratificação da Acta de 26 de Julho de 1893, pgs 271.
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